3 de ago. de 2011


Cadê os diferentes?


Parafraseando Drummond: "Se meu nome fosse Raimundo, eu seria apenas uma rima".

Chega de pessoas iguais, chega dos clichês, dos hits de novela; não dá mais para agüentar tanta mesmice, tanta futilidade. Mulheres fruta com bundas e peitos siliconizados.
Chega de pieguices, chega de falsos conceitos morais do cinema americano.
Chega de “Realitys”, de celebridades de quinta categoria, de humoristas sem talento algum de programas bizarros a expor a pobreza em bairros humildes, chega de fazenda e de roça do artista, de auditorios falsos, de briga por audiencia.
Chega!
Não dá mais para agüentar propagandas enganosas, com mulheres magras bonitas de cabelos lisos e sedosos. Não dá mais para agüentar tanto merchandising de remédio para diarréia, para prisão de ventre, remédio que faz perder a barriga, cinta-elástica, esteiras portáteis.
Chega!
Das histórias bizarras, do irmão que casou com a irmã, da prima que teve um caso com o primo. E como o povo gosta de ver a desgraça alheia.
Chega!
Quero ver pessoas diferentes, pessoas que não lotem um espaço cultural só porque é moda, pessoas que me olhem no olho e me falem "Bom Dia"! Pessoas que falem obrigado, que peçam desculpas, pessoas que sorriem. Pessoas que respirem calor humano, que cuidem de plantas, que gostem de animais ; pessoas que andem nas ruas, que gostem de ler, e apreciem um jardim.
Chega!
De mesmice, chega de música que não alimente a alma, de revistas de fofoca, de castelos e de ilhas paradisíacas de bares cheios e pessoas vazias.
Chega!
Quero as pessoas educadas, que não buzinem na porta do meu predio, que não façam fila dupla em frente às escolas, que ensinem seus filhos a cumprimentar e respeitar os mais velhos, a rezar antes de dormir, a brincar no quintal, a sentar à mesa nas refeições.
Chega!
Da arrogância dos novos ricos, de futilidades, de flores de plástico, de bocas de botox e de mentes vazias. Não dá pra suportar, bundas iguais, caras iguais, cabelos iguais e pessoas também iguais.

Nelson Sganzerla

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